11/08/2014 às 09h08

Há incidência de IOF nas operações de mútuo entre PJ?

Por Equipe Editorial

Nome: AGIUS ORGANIZAÇÃO DOCUMENTAL
Email: agiuscontabil@agiuscontabil.com.br
Nome Empresarial: AGIUS ASSESSORIA CONTÁBIL
Responsável: João José da Silva
CNPJ/CPF: 12.644.535/0001-84
Telefones: (¨61) 3224-0031
Origem: Multilex


Senha Assinante: MAIR249
Prezados,

Estou com uma duvida, no caso de contrato mutuo referente a emprestimo financeiro entre PESSOA JURIDICA para PESSOA JURIDICA, haverá o recolhimento do IOF, mas em nome de quem devo preencher o DARF, existe um modelo de DARF para que possa me enviar?

Atenciosamente,

João José.


I – Mútuo – Definição Jurídica;

II – IOF – Empréstimo entre Pessoas Jurídicas – Incidência.


I – Mútuo – Definição Jurídica

O art. 586 do Código Civil (lei nº 10.406/02) define o mútuo como empréstimo gratuito ou oneroso de coisas fungíveis, ou seja, bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Neste caso, o mutuário recebe a propriedade da coisa emprestada e obriga-se a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisas do mesmo gênero, qualidade e quantidade.

Normalmente cabe a mutuaria remunerar o capital que lhe foi colocado à disposição, mediante o pagamento de juros, conforme expresso em contrato.

II – IOF – Empréstimo entre Pessoas Jurídicas – Incidência

O art. 13 da Lei nº 9.779/99 dispõe sobre a incidência do IOF nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas, nos seguintes termos:

Art. 13.  As operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física sujeitam-se à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras.

Neste caso, entende-se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação de crédito (mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física) na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado.

Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. Todavia, são responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional:

– as instituições financeiras que efetuarem operações de crédito;

– as empresas de factoring adquirentes do direito creditório;

– a pessoa jurídica que conceder o crédito, nas operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros.

Cabe destacar que a base e cálculo e a alíquota do IOF serão determinadas de acordo com a modalidade da operação de crédito, razão pela qual sugerimos a leitura do disposto nos arts. 6º e 7º do Decreto nº 6.306/07.

Nas operações de crédito, o IOF será cobrado na data da entrega ou colocação dos recursos à disposição do interessado, ocasião em que deverá ser recolhido ao Tesouro Nacional até o terceiro dia útil subsequente ao decêndio da cobrança ou do registro contábil do imposto.


Diante do exposto, podemos concluir que:

– o nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas haverá a incidência do IOF;

– a cobrança e o recolhimento do imposto são de responsabilidade da pessoa jurídica que conceder o crédito.

– o recolhimento é no DARF normal não existindo guia própria.

(ALSC: Revisado em 11/8/14)


_______________________________

Eduardo Mendonça
Consultor Empresarial
OAB/DF 26.140

_______________________________

Antonio Sagrilo
Consultor Empresarial
OAB/DF 14.380